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APELO À REPLANTAÇÃO. Manifesto







A recente tempestade Martinho veio demonstrar bem, em Cascais, a capacidade destruidora que estas tempestades têm e que serão cada vez mais recorrentes e perigosas à medida que as alterações climáticas se vão tornando mais patentes.


A queda de árvores, provocada pela intensidade do vento e agravada pelo excesso de água no solo (fruto das chuvas que têm vindo a ocorrer) vem recordar-nos a importância de se gerir um território de modo que o mesmo seja o mais resiliente possível a este tipo de fenómenos.

A permissão da construção desenfreada e caótica que tem sido o paradigma da gestão camarária (em especial na última década) tem impermeabilizado uma grande quantidade de solos e destruído áreas verdes significativas (mesmo em áreas supostamente protegidas, como a do Parque Natural Sintra-Cascais), o que contribui fortemente para o agravamento dos impactos que este tipo de fenómenos tem e terá sobre o território.


A força do mar demonstrou igualmente nestes dias os riscos que corremos se prosseguir esta política de destruição dos espaços naturais que ainda restam. Em Carcavelos, os investimentos feitos em estruturas de apoio à praia foram, literalmente, por água abaixo ou, mais corretamente, mar adentro. E se continuam por conhecer os custos exatos das estruturas destruídas (de difícil contabilização, por não estarem acessíveis todos os dados, não sendo os valores apresentados pela CMC credíveis porque contraditórios com os valores indicados no Orçamento Participativo), a verdade é que ficou evidente a probabilidade séria de galgamento da avenida marginal pelas ondas. Caso se venha a concretizar a destruição da Quinta dos Ingleses com a construção promovida pela Alves Ribeiro (e pelo St. Julian’s), os efeitos de futuras tempestades afetarão muito mais toda esta zona, pela conjugação da impermeabilização do solo e da afetação do regime de ventos e brisas marinhas que essa construção implicará, com o progressivo agravamento dos riscos de cheias e com o desaparecimento da praia.

Em Paris, acaba de ser aprovado o encerramento ao trânsito de inúmeras vias para dar lugar a vegetação e pedonalização dessas áreas para combater as alterações climáticas (cfr. https://expresso.pt/internacional/2025-03-24-paris-vai-fechar-500-ruas-ao-transito-e-acabar-com-10-mil-lugares-de-estacionamento-medida-foi-aprovada-num-referendo-votado-pelos-cidadaos-7618a7ef).                  

Em Cascais, a recente campanha de plantação de árvores promovida pela CMC, que é de louvar (apesar do intuito marcadamente eleitoralista), demonstra que a autarquia está finalmente a ouvir aquilo que temos vindo a defender há anos. No entanto, não basta: é essencial preservar os espaços verdes existentes (nomeadamente da Quinta dos Ingleses, do Parque Natural Sintra-Cascais, da Areia-Guincho, da Biscaia, da Figueira do Guincho, de Birre, da Aldeia de Juso, da Charneca, da Malveira, do Zambujeiro, de Tires, do Outeiro dos Cucos, do Alto dos Gaios, entre outros) e impedir que os mesmos sejam progressivamente cobertos de betão. Mas, além disso, impõe-se dar início a uma grande campanha de replantação nas áreas que foram mais afetadas pela tempestade Martinho, plantando novos exemplares arbóreos e arbustivos, de espécies diversificadas, que permitam densificar essas áreas a fim de que a força do vento não se faça sentir sobre nenhum exemplar de forma tão acentuada e, em simultâneo, de forma a contribuir para o aumento da biodiversidade, tanto em termos de flora como (seguidamente) de fauna, e para a resiliência do território.


É este o apelo que fazemos, não apenas à CMC, mas a todos os cidadãos: esta tempestade deve-nos fazer perceber que o potencial destruidor deste tipo de fenómenos é tanto maior quanto menor for a barreira criada pela florestação existente e, portanto, que a plantação de novas árvores e arbustos em todo o concelho e, em particular, nas áreas mais expostas, pode em muito contribuir para preservar pessoas e bens e melhorar a qualidade de vida: os benefícios sobre a qualidade do ar, a temperatura do ar, a absorção de água das chuvas, a tranquilidade e saúde mental das pessoas, a diminuição do ruído, a redução do impacto dos ventos, entre outros, serão tudo efeitos que poderemos sentir assim que se puser em prática este apelo.


Associação SOS Quinta dos Ingleses

 

 
 
SOS Quinta dos Ingleses

Movimento cívico apartidário, constituído associação a 24 de junho de 2021 e ONGA a 1 de outubro de 2024, que defende a preservação do espaço verde da Quinta dos Ingleses.

Email: sosquintaingleses@gmail.com
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